Presente no último álbum da artista baiana, “Macunaíma” foi escrita na parceria dos dramaturgos Zé Celso e Fernando de Carvalho
Não é todo dia que se tem a oportunidade de trabalhar com um ícone da música brasileira como Daniela Mercury. É por isso que o lançamento desta sexta-feira (24) é bastante especial para Rodrigo Ferrari e Nuke’M, que se juntaram em um remix oficial de “Macunaíma”, canção da artista baiana lançada em 2022. Ouça aqui!
Em sua track, lançada pela gravadora Páginas do Mar, os DJs somaram forças para converter a canção original em um afro-house a 126 BPM com forte pegada brasileira, incluindo elementos do samba, como pandeiros, tamborins e cuíca.
“A faixa original é bem carnavalesca, e transportá-la ao universo da house music foi um desafio. Poucos elementos da original foram utilizados, somente uns trechos dos metais, e, obviamente, os vocais de Daniela Mercury”, conta Ferrari.
“A produção da música foi complexa, mas a ideia já estava decidida desde o início, já que estávamos trabalhando com uma música de Daniela Mercury. A idealização dos instrumentos era óbvia: queríamos trazer uma vibe de Carnaval e brasilidade para o afro-house”, complementa Nuke’M.
O remix de Rodrigo Ferrari e Nuke’M já está disponível em todas as plataformas de streaming.
Macunaíma
Macunaíma é, na verdade, o protagonista do livro homônimo lançado por Mário de Andrade em 1928 — considerado sua obra prima. Em 2022, quando a Semana de Arte Moderna (movimento artístico que teve Mário como pivô) completou seu centenário, Daniela Mercury juntou-se aos dramaturgos Zé Celso e Fernando de Carvalho para compor uma música batizada a partir da personagem.
A “Macunaíma” de Daniela é a segunda faixa do álbum “Baiana”, lançado em dezembro de 2022 pela Páginas do Mar.
“A inspiração foi o próprio livro de Mário de Andrade, o centenário de 1922, o clima, o aquecimento global e a luta pela manutenção da democracia no Brasil e no mundo”, conta Mercury.
“A própria letra é uma opereta de Zé Celso com Fernando de Carvalho, que são dois gênios do teatro. Eu que propus ao Zé Celso Martinez fazer essa música — queria falar desse país pelos olhos dele. Ele era um ícone do tropicalismo no teatro, foi considerado o maior gênio do teatro brasileiro. Fez ‘Rei da Vela’, ‘Roda Viva’, as peças mais importantes da luta contra a Ditadura Militar”, complementa a cantora.
José Celso Martinez Corrêa faleceu em julho de 2023, aos 86 anos.
Logo, Rodrigo Ferrari e Nuke’M tiveram a oportunidade de trabalhar oficialmente em cima de uma música muito especial, composta por ícones da arte nacional e repleta de significados.
Sobre Rodrigo Ferrari:
Com 30 anos de cabines, Rodrigo Ferrari é parte viva e atuante da história da música eletrônica brasileira. Do house ao techno, é difícil dizer com quem o DJ ainda não tenha dividido a cabine. David Morales, Dennis Ferrer, Derrick Carter, Erick Morillo, Fatboy Slim, Hot Since 82, Jamie Jones, Loco Dice, Josh Wink e Sven Väth são apenas alguns deles.
Com passagens por festivais como Creamfields Brasil, D-EDGE Festival, Planeta Atlântida, Rio Music Conference Festival, TribalTech, Tribe e Skol Beats, também já tocou em diversos dos mais desejados clubs da atualidade, entre eles D-EDGE, Pacha, Warung e Laroc — sem contar os 15 anos em que atuou em algumas das principais emissoras de rádio de São Paulo.
Mas é no desenvolvimento de suas composições musicais e remixes que Ferrari tem recebido maior atenção internacional. Já lançou por selos como Get Physical Music, Whoyostro, Deeplomatic Recordings, East Recordings e Proton Music.
Sobre Nuke’M:
Nuke’M não é apenas um DJ e produtor, mas um verdadeiro influenciador de sabores musicais. Distinto e inovador, seu som, que flutua entre house, afro house e tech house, ecoa como um farol no vasto oceano da música eletrônica, iluminando o caminho para novas descobertas musicais e experiências sensoriais únicas.
Sua jornada na música eletrônica é uma busca constante para transformar sonhos em realidade e transmitir uma parte de seu mundo envolvente e cativante para as pessoas que o ouvem.